O púbis é a região dos três ossos da pelve onde estão inseridos os músculos adutores e parte dos abdominais. Esse local é particularmente susceptível a diversas forças durante atividades atléticas que, em excesso, pode levar a uma inflamação, que é conhecida como pubeíte ou pubalgia.
A pubalgia torna-se cada vez mais comum no meio desportivo, comum em esportes que requerem o apoio constante sobre uma perna e mudança rápida de direção, principalmente entre os jogadores de futebol, tenistas e corredores de longa distância.
É descrita como um processo inflamatório que acomete a sínfise púbica (articulação entre os ossos do púbis), produzindo alterações na cartilagem, ossos, ligamentos e músculos, principalmente os músculos adutores e abdominais.
Mecanismo de causa da lesão
A articulação do púbis é capaz de absorver parte das forças que são aplicadas ao corpo
durante a corrida, o salto e o chute. Porém, a aplicação constante e repetida destas forças pode gerar alterações biomecânicas, tanto no funcionamento da articulação sacroiliaca, resultando em um bloqueio articular, bem como o uso excessivo de alguns músculos como dos adutores, abdominais e isquiotibiais causam desequilíbrios musculares e a tração excessiva destes sobre o púbis causa micro traumas na região resultando no processo inflamatório.
Quando estamos somente no apoio de um dos pés (ex.: movimento do chute) a sínfise movimenta-se para cima e para baixo, chegando a rodar levemente, o que facilita as pequenas lesões. O pé no solo
transmite uma força ascendente para a articulação coxofemoral, que aumenta a pressão entre as sínfises púbicas, além disso, músculos do abdômen passam a tracionar mais fortemente o púbis para conseguir maior amplitude no chute e muitas vezes o encurtamento da musculatura posterior da coxa (isquiotibiais) limita o movimento do quadril. Esta tração excessiva e desequilibrada da musculatura causa danos ao púbis, levando a alterações estruturais e inflamatórias na região.
Sintomas
O quadro clínico pode iniciar-se de forma aguda ou crônica, com:
- dor na região púbica e inguinal, normalmente unilateral;
- possível irradiação para a parte medial da coxa até o joelho e também para os testículos;
- dor lombar;
- palpação da sínfise púbica dolorosa, assim como a dos tendões circunvizinhos, que podem apresentar diferenças de tensão entre os lados.
- contração resistida e estiramento dos músculos adutores e abdominais aumentam a intensidade da dor.
Análise e tratamento quiroprático
Durante análise quiroprática observam-se as alterações biomecânicas que devem ser corrigidas. A boa mobilidade da articulação sacroilíaca é de essencial importância na fisiologia normal do púbis, caso se diagnostique um ilíaco bloqueado, o restabelecimento de sua mobilidade pode ser feito através de técnicas de manipulação/mobilização; na coluna lombar é importante identificar as subluxações compensatórias que também transmitem forças de cisalhamento para a pelve. Ambos os desalinhamentos devem ser corrigidos através de técnicas específicas e realizados por um quiropraxista qualificado para o mesmo.
Técnicas para a melhora da flexibilidade de todos os músculos envolvidos direta ou indiretamente com o púbis, ou seja: isquiotibiais, reto femoral, iliopsoas, adutores, rotadores externos de quadril, quadrado lombar, são anexadas ao tratamento resultando em uma condição de melhora com maior rapidez e eficiência.
Prevenção
Por ser uma condição que gera grande desconforto ao atleta e pode afastá-lo por muito tempo de suas atividades esportivas, os aspectos relacionados com a prevenção se tornam da mais alta importância. A prevenção da pubalgia não difere em muito das medidas de tratamento já citadas. Isso inclui boa flexibilidade dos músculos relacionados com o osso púbico, mobilização da articulação sacroilíaca, correção de desbalanceamentos de força, calçados e campos de treinamento adequados.
Referências
AZEVEDO, Daniel Câmara. A pubalgia no jogador de futebol. Rev Bras Med Esporte. v. 5, n. 6, Nov/Dez, 1999.
GOMES, Celso T. Pubialgia. Revista Brasileira de Ortopedia. v. 32, n. 12, 1997.
MEYERS W.C. Am J Sports Med 28: 2-8, 2000.